Em dezembro, o STF decidiu instaurar o inquérito e na última quarta-feira (23), a delegada do caso, Lorena Lima, informou ao ministro do Supremo Tribunal Federal sobre a decisão.

  A Polícia Federal deu início a uma investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), que virou alvo de inquérito por fazer uma associação da vacinação contra Covid a um risco de contrair o vírus HIV e desenvolver Aids. A relação foi feita por Bolsonaro durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, em 21 de outubro de 2021.

“Só vou dar notícia, não vou comentar. Já falei sobre isso no passado, apanhei muito… Vamos lá: relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados… Quem são os totalmente vacinados? Aqueles que depois da segunda dose, né? Quinze dias depois, 15 dias após a segunda dose, totalmente vacinados… Estão desenvolvendo Síndrome da Imunodeficiência Adquirida [Aids] muito mais rápido do que o previsto. Portanto, leiam a matéria, não vou ler aqui porque posso ter problema com a minha live”, afirmou Bolsonaro durante a transmissão. A afirmação é falsa, e não há qualquer relatório oficial que faça essa associação.

Reprodução: FOLHA UOL

 O inquérito aberto no último dia 3 de dezembro, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, investiga se houve crime da parte do presidente ao ter feito a associação. 

A PF instaurou a apuração no dia 23 de fevereiro com a decisão da delegada do caso Lorena Lima Nascimento, e nesta quarta-feira (2) o comunicado foi passado ao STF.

O inquérito criminal contra Bolsonaro pelo episódio ocorrido em outubro do ano passado  já havia sido determinado por Moraes.

  A delegada afirmou que pedirá colaboração internacional nas investigações, pois Bolsonaro citou dados que atribuiu a organismos de outros países. O presidente citou na transmissão, “relatórios oficiais” inexistentes no Reino Unido que teriam sugerido que pessoas vacinadas contra a Covid estariam desenvolvendo Aids “muito mais rápido do que o previsto”.

  De acordo com a delegada, a PF vai investigar se Bolsonaro cometeu os crimes de epidemia, infração de medida sanitária preventiva e de incitação ao crime. 

  Entre as diligências, será analisada ainda a confiabilidade de sites eletrônicos que serviram de base para as informações replicadas pelo presidente da República. A delegada da PF pediu para que seja transcrito o inteiro teor das declarações ao vivo de Bolsonaro.

  A agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que a vacina não gera riscos de doença. O presidente Antonio Barra Torres diz que nenhuma vacina contra a Covid aumenta a “propensão de ter outras doenças”.

“Nenhuma das vacinas está relacionada à geração de outras doenças. Nenhuma delas está relacionada ao aumento da propensão de ter outras doenças, doenças infecto contagiosas por exemplo. Vamos manter a tradição do nosso povo brasileiro de buscar e aderir ao PNI [Programa Nacional de Imunizações]”, afirmou Barra Torres, dias após a declaração de Jair Bolsonaro.

Reprodução: TV GLOBO

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