Ao longo de suas 94 edições, o Oscar já foi palco de diversos atores famosos, diretores talentosos e situações marcantes. Veja mais

O que o Oscar engloba? Glamour, fama, prestígio, honra? Vitórias, derrotas, lágrimas, discursos? Vestidos, ternos, cabelo, maquiagem? Filmes, documentários, curtas-metragens, produções? Polêmicas, agressões, quedas e gafes? A verdade é que a cerimônia de premiação mais famosa do mundo carrega consigo tudo isso e muito mais.

Ao longo de suas 94 edições, o Oscar se consolidou como um evento relevante que reúne os principais nomes da indústria audiovisual, despertando, assim, a atenção do mundo todo. Nesse sentido, era óbvio que diversos momentos de sua história se tornariam icônicos – então, o Portal Quentaro resolveu contar alguns desses episódios para vocês.

Estatuetas do Oscar, usadas para presentear os vencedores das categorias (Imagem: semantike.com).

Chris Rock x Will Smith no Oscar 2022

A mais recente edição da premiação ocorreu em 27 de março de 2022 e teve um dos acontecimentos mais insanos dos últimos anos. O ocorrido tem repercutido e ainda repercutirá muito, pois se trata de nada menos que o ator Will Smith estapeando o humorista Chris Rock.

O tapa se passou enquanto Rock apresentava a categoria de Melhor Documentário Longa-Metragem. Ao longo de seu monólogo, o comediante comparou Jada Pinkett-Smith, esposa de Will, à personagem G.I. Jane, por ambas não terem cabelo. Diante disso, o astro de ‘Um Maluco no Pedaço’ se levantou da cadeira e caminhou até o palco, onde bateu no apresentador. Ao retornar para seu assento, Smith ainda gritou para que Chris “tirasse o nome da sua esposa da boca”.

A situação é mais complexa que apenas uma espécie de piada, pois Jada sofre de uma doença chamada alopecia. Essa enfermidade é responsável pela queda de pelagem de partes do corpo. Dessa forma, a fala de Rock não teve o mesmo impacto que teria caso ela fosse careca por escolha, e a atriz ficou nitidamente incomodada ao ouvir tais palavras.

Momento do tapa de Will Smith em Chris Rock após fala maldosa do humorista (Imagem: Myung Chun / Los Angeles Times / Getty Images).

A confusão do Oscar 2017

O sucedido em 2017 talvez seja a maior gafe cometida pela Academia desde 1938, ano do primeiro Oscar: o principal prêmio da noite foi dado à produção errada. Na última categoria, Melhor Filme, foi anunciado que “La La Land” era o vencedor. Entretanto, quase três minutos depois, ao longo do discurso de aceitação, a informação foi corrigida ao vivo e “Moonlight” levou a estatueta.

O erro decorreu de uma confusão com envelopes nos bastidores. Warren Beatty e Faye Dunaway, os apresentadores, haviam recebido um cartão que dizia “Emma Stone – La La Land” e anunciaram a vitória do filme protagonizado por Emma. Acontece que o papel a eles entregue era o da categoria de Melhor Atriz, e não de Melhor Filme.

Depois que a equipe de “La La Land” havia subido ao palco e agradecido, os responsáveis pelo evento tomaram o microfone para comunicar a problemática. Logo em seguida, a equipe de “Moonlight” – real vencedora do título – foi chamada para receber o que lhe era de direito. O caos da situação virou motivo de piada no mundo todo – e na própria cerimônia, onde diversos presentes começaram a rir, incluindo o protagonista de “La La Land”, Ryan Gosling.

Meme com as reações das celebridades ao erro do Oscar 2017 que viralizou nas redes sociais (Imagem: Reprodução).

O caminho da vitória

Quando os vencedores são anunciados, eles precisam sair de seus assentos e se direcionarem ao palanque do andar superior, no qual receberão a estatueta. Os momentos envolvendo o levantar e o caminhar são curtos, mas emotivos, e, às vezes, geram situações peculiares, como as de 1932, 2003 e 2013.

Na cerimônia da década de 1930, estavam sentados lado a lado a indicada ao Oscar de Melhor Atriz Marie Dressler e o indicado ao Oscar de Melhor Ator Jackie Cooper, que nunca haviam contracenado. Com a longa duração da cerimônia e o horário avançando cada vez mais, Jackie, de nove anos, acabou dormindo. Ele estava cochilando apoiado no ombro de Marie, quando ela foi declarada vencedora. A atriz precisou segurar a euforia por alguns segundos, enquanto colocava o garoto no colo da mãe, e enfim se levantou, comemorou e seguiu rumo ao palco.

Já em 2003, durante seu trajeto ao palanque, após ganhar o título de Melhor Ator, Adrien Brody deu um beijo na apresentadora Halle Berry. A atriz esperava para entregar a estatueta quando foi surpreendida por Brody, que a agarrou e beijou, mesmo sem ter intimidade com ela. A plateia ficou espantada, o que talvez tenha permitido que se mantivesse atenta pelos quatro minutos de discurso que seguiram.

Dez anos depois, foi a vez de Jennifer Lawrence ter uma boa história para contar do instante em que ganhou o Oscar. Ao subir a escada que conectava o andar das cadeiras ao andar das estatuetas, Jennifer, com seu vestido Dior bufante, tropeçou nos degraus e teve de se apoiar no chão para recuperar o equilíbrio. Já de pé, a atriz recebeu a estatueta e disse, aos risos, que a plateia só estava aplaudindo seu discurso por dó da queda dela.

Jennifer Lawrence caindo nas escadas enquanto subia para receber seu Oscar de Melhor Atriz (Imagem: AOL).

Shelley Winters e a busca pela estatueta no Oscar 1952

Na premiação da Academia de 1952, a protagonista de “Um Lugar ao Sol”, Shelley Winters, estava segura de que seu talento e a qualidade de seu filme seriam suficientes para levar todas as estatuetas. E ela não estava completamente errada: na maior parte das categorias que o longa poderia ganhar, ele ganhou. Com exceção da mais importante para Shelley, a de Melhor Atriz.

Porém, Winters tinha certeza de que seria declarada vencedora. Então, quando anunciam Vivien Leigh como ganhadora, Shelley imaginou ouvir seu nome e se levantou ao mesmo tempo, direcionando-se ao palanque da vitória. Alheia à situação, foi preciso que seu marido, Vittorio Gassman, interviesse para impedi-la de roubar o prêmio.

Em uma tentativa de conter a humilhação à qual sua esposa seria submetida, Gassman pulou na direção dela e acabou derrubando ambos. Enquanto estavam no chão, ela pensou que ele estava louco; já ele, informou-a que Leigh havia vencido. Depois, com a consciência recobrada, Shelley engatinhou de volta ao seu lugar o mais discretamente possível com Vittorio.

Shelley Winters como Alice Tripp em “Um Lugar ao Sol”, de 1951 (Imagem: Oscargasms).

Os inesquecíveis discursos de aceitação

No Oscar, é costume o vencedor agradecer e dedicar a estatueta a alguém especial. Historicamente, o número de discursos é imenso, uma vez que é um evento de muitas categorias que acontece anualmente. Dessa forma, é comum que momentos inesperados ocorram paralelos à emoção de receber a principal honraria da indústria cinematográfica.

Começando por Joan Crawford, com seu discurso (ou a ausência dele) em 1946, após ganhar o Oscar de Melhor Atriz por Mildred Pierce. Quando seu nome foi chamado, ela não se encaminhou ao palco, pois não estava presente no evento. Doente, Joan recebeu a estatueta em casa, após seu diretor aceitá-la em seu nome.

Outro exemplo é Louise Fletcher, que aceitou o Oscar de Melhor Atriz em 1976 e fez parte do discurso em língua de sinais. A ação foi uma homenagem a seus pais, que eram surdos. No momento, ela agradeceu a eles por ensiná-la a sonhar e contou que eles estavam vendo-a realizar seu sonho.

Mais adiante, foi a vez de outro discurso por Melhor Atriz virar assunto mundial. Em 1985, Sally Field ganhou seu segundo Oscar e proferiu as famosas frases: “Na primeira vez eu não senti isso, mas nessa vez eu sinto. E eu não posso negar o fato de vocês gostarem de mim. Agora, vocês gostam de mim!”. Desde então, o público recria sua fala quando finge receber um prêmio.

Por fim, em 1992, Jack Palance chamou a atenção do mundo não pelas suas palavras, mas pelas suas atitudes, enquanto aceitava o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. No auge de seus 73 anos, Jack parou seu discurso para fazer flexões com apenas um braço. No momento da ação, ele estava falando sobre a preferência por atores mais jovens nos filmes.

Joan Crawford, que estava doente, recebendo o Oscar de Melhor Atriz da mão de Michael Curtiz, seu diretor e quem recebeu a estatueta durante a cerimônia (Imagem: Getty Images/Hapers Bazaar).

Essas são só algumas situações marcantes do Oscar. Em suas quase 100 edições, a premiação já arrancou diversas lágrimas e risadas, não só dos presentes no teatro em que ocorreu, mas dos telespectadores do mundo todo. E, ao que tudo indica, o Oscar não vai acabar tão cedo, então daqui uns anos haverá mais coisas para adicionar a essa lista.

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