No passado, uma das penitenciárias mais conhecidas de São Paulo, marcada pela privação, sofrimento e punição. Atualmente, tornou-se um parque marcado pela liberdade, sorrisos e histórias para contar.
Quem passa pelo Parque da Juventude, na zona norte de São Paulo, em meio aos belos espaços permeados pelo paisagismo e a presença da população usufruindo-o, pode até se esquecer que naquele espaço um dia existiu um dos maiores complexos penitenciários do país, o Carandiru.
O Carandiru foi inaugurado na década de 1920 e chegou a abrigar mais de oito mil detentos, tendo sido considerado o maior presídio da América Latina.
Sempre presente na memória dos paulistanos como um espaço marcado por violência, a área com mais de 240 mil metros quadrados, localizada no bairro de Santana, até 2002 abrigou o antigo presídio, historicamente conhecido como o maior da América Latina. Se não bastasse a imagem negativa, a área praticamente rejeitada pelo Estado e sociedade, em 1992 ocorreu ali o massacre de 111 presos, retratado em músicas e no cinema. A casa de detenção também motivou a publicação de vários livros, sendo o mais famoso “Estação Carandiru”, escrito pelo médico Drauzio Varella.
O Carandiru foi desativado e parte dos antigos edifícios foram demolidos em 2002 dando lugar ao Parque da Juventude, que foi inaugurado em 2003. A prova de que é possível ressignificar lugares marcados por violência. Hoje, é um dos locais mais frequentados da zona norte da capital, com entrada pela Avenida Zaki Narchi.
Espaço
Mapa do parque. Acervo da administração.
O Parque é um complexo cultural, recreativo e esportivo de 240 mil m². Nele existem 10 quadras poliesportivas, área de apresentações artísticas, pista de skate, ciclovia, playground, pista para caminhada e corrida, estações de ginástica, sendo uma delas exclusiva para pessoas com deficiência. Atualmente é uma das melhores áreas de lazer de São Paulo.
Também se encontra a Biblioteca de São Paulo (BSP), inaugurada em 2010, é um espaço arrojado com uma área de 4.257 metros quadrados, com concepção de projeto inovador para a inclusão social por meio da leitura.
Do original da penitenciária foram mantidas muralhas e ruínas de celas do presídio e os pavilhões 4 e 7 foram transformados em duas Escolas Técnicas (ETECs).
Imagem retirada do site do MPP Carandiru, pavilhão 4 ETEC de Artes, antigo pavilhão 4. Foto: Adriana Simioni.
Os antigos muros e a passarela de vigia, que obstruíam a paisagem, foram mantidos como marca histórica. Contudo, assim como em muitos de seus projetos, a arquiteta paisagista trouxe novo simbolismo, transformando o antigo observatório em área caminhável, acessada por estruturas metálicas que dispõem de escadas, permitindo amplo mirante à nova paisagem e do outro, o córrego Carajás.
Em linhas gerais, o projeto foi responsável pela ressignificação espacial, transformando as sofridas marcas históricas do local, em áreas fluídas e passíveis de serem vivenciadas por cerca de 80 mil pessoas que o frequentam mensalmente.
Ruinas e Muralhas do Complexo Penitenciário Carandiru. 1ª imagem: Passarela utilizada pelos Sentinelas, com vista privilegiada da Penitenciaria. 2ª imagem: escadarias com passagens para chegar na passarela das sentinelas. 3ª imagem: Ruinas do Carandiru II. 4ª imagem: Ruinas do Carandiru II, com divisórias de celas. Fotos: Adriana Simioni.
Localizado ao lado da estação Carandiru do metrô (Linha azul), o parque possui fácil acesso através de transporte público – seja a partir de ônibus ou metrô. E aos domingos e feriados, faz parte da Ciclofaixa de lazer da Zona Norte. Permitindo que além dos moradores da região, moradores de outras regiões possam facilmente deslocar-se ao Parque.
Informações
Av. Zaki Narchi, 1309 – Carandiru – São Paulo.
Horário de funcionamento: de segunda a domingo, das 6h às 18h (as quadras funcionam de segunda a sábado, das 6h à 0h. Domingos, das 6h às 22h).
Tel.: (11) 2251-2706/ (11) 2089-8600.
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