Afinal, o futebol brasileiro finalmente terá uma liga para chamar de sua? Depois de fracassadas tentativas e reuniões, houve um avanço significativo, nas últimas semanas, sobre finalmente se criar uma liga dos clubes do Brasil, e a La Liga está muito atenta a esse movimento.

Foto Reprodução: Mercado do Futebol

A grande maioria dos jovens, hoje em dia, não se interessam tanto pelo futebol nacional, e preferem acompanhar as grandes “ligas” europeias, como a “Premier League” (Inglaterra), a “La Liga” (Espanha), a “Bundesliga” (Alemanha) e a “Ligue 1” (França). Todos esses campeonatos têm, em comum, a palavra “liga” em seus nomes. Mas afinal, o que é liga? 

De acordo com o site Wikipédia, “Liga Esportiva” é definido como “uma organização formada por um grupo de times para organizar competições uns contra os outros”; ou seja, um campeonato independente das federações ou de uma entidade terceira, sendo comandada, regulamentada e controlada pelos próprios clubes e participantes. 

Dentre os países citados, a Inglaterra sofreu uma mudança drástica depois de seu campeonato de futebol masculino sair das mãos da Football League, fundada em 1888. Com a falta de interesse dos torcedores, a violência nos estádios e a insatisfação dos clubes com o retorno financeiro do torneio, os clubes resolveram se unir e protagonizar uma verdadeira mudança no futebol do país. Assim, a Premier League se tornou o campeonato mais popular de futebol do mundo, recheada de craques de todas as partes do mundo.

Mas, e no Brasil? Tanto os campeonatos estaduais quanto os campeonatos nacionais são comandados pelas federações de cada estado e pela CBF, respectivamente. São essas entidades que negociam os contratos de televisão, onde e quando serão os jogos, a receita final de cada clube mediante a sua classificação, a arbitragem, dentre outras coisas.

Baseado nesses grandes campeonatos europeus, houve uma tentativa, em 2015, da criação de uma liga brasileira. Com o rompimento do Flamengo e do Fluminense com a FERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) e o desejo de voltar com a extinta Copa Sul-Minas, 15 clubes [América-MG, Atlético-MG, Athletico, Avaí, Chapecoense, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Joinville e Paraná] assinaram a fundação da Primeira Liga. 

Fluminense foi campeão em Juiz de Fora — Foto: André Durão

Como sabemos, o calendário do futebol brasileiro não permite mais nenhum torneio e cada vez está mais desumano. Assim, isso culminou para que os times dessa liga não jogassem com os seus principais atletas. Além disso, houve vários desentendimentos entre os dirigentes dos clubes, sempre “puxando a sardinha” para o seu lado e não pensando no coletivo da liga. Esses fatores levaram ao fim do “sonhado” torneio, com apenas duas edições realizadas, em 2016 e 2017.

E como está o cenário atual da criação de uma liga dos clubes brasileiros? Mais avançado do que nunca. No dia 15 de Junho de 2021, foi assinado por 19 equipes da Série A do Campeonato Brasileiro, a criação da Liga Nacional de Clubes. Não houve grandes avanços na época, mas agora parece o momento certo para definir e concretizar esse “sonho”, já que a CBF passa por uma instabilidade política grande. Desde de Junho de 2021, a entidade não possui um presidente concreto e esse cenário pode servir para que os clubes se unam e aumentem o apoio à nova liga.

E é nesse cenário que uma das maiores ligas do mundo entrou em contato com o futebol brasileiro. A La Liga (Espanha) assinou um memorando de intenção para fundar a Liga Brasileira e pretende participar de uma reunião com os clubes da série A e B, com a intermediação da XP Investimentos e da Alvarez & Marsal.

Ela irá disputar a formação da liga brasileira com dois outros segmentos: a Codajás Kapital, com participação do BTG Pactual e LiveMode, que participa da organização da Copa do Nordeste. 

Nada desse processo é definitivo, até porque necessita da aprovação dos 40 clubes e de um contrato assinado, mas significa um grande avanço nesse sonho antigo dos clubes e torcedores. Finalmente o campeonato brasileiro poderá sair das mãos dos cartolas da CBF, muitos deles envolvidos em escândalos, e chegar mais perto do nível em que, hoje, o futebol é disputado, assistido e consumido na Europa.

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