Equipe alvinegra bateu as palestrinas por 4×1 no agregado e levou mais um título para a conta.
No domingo (26), Corinthians e Palmeiras fizeram o jogo de volta da grande final do Brasileirão Feminino, partida que definiu a equipe alvinegra como campeã do torneio pela terceira vez (2018, 2020 e 2021). O placar agregado terminou em 4×1 para as corinthianas, que conseguiram, mais uma vez, exibir o futebol de altíssima qualidade do time, muito bem treinado por Arthur Elias.
O placar “elástico” de 4×1 pode até fazer com que as pessoas pensem que foi fácil para o time do Corinthians, mas foram dois jogos bem equilibrados entre as duas equipes. O Palmeiras fez duas boas partidas, mas acabou esbarrando em algumas dificuldades defensivas e também ofensivas, que acabaram por ajudar na vitória e no título do Timão.
As trajetórias de ambas as equipes até a final foram muito boas e contaram com algumas goleadas. Os caminhos percorridos por cada time foram os seguintes:
Corinthians – Primeiro colocado na fase de grupos, com 38 pontos; nas quartas enfrentou o Avaí Kindermann (vitória por 10×1 no agregado) e na semifinal bateu a Ferroviária (6×2 no agregado);
Palmeiras – Segundo colocado na fase de grupos, com 37 pontos; nas quartas pegou o Grêmio (vitória por 5×3 no agregado) e na semifinal venceu o Internacional (5×1 no placar agregado).
O jogo de ida
Domingo, 12 de setembro, 21 horas da noite. A tão aguardada final entre os dois clubes brasileiros que mais investem no futebol feminino atualmente. Um Derby que prometia grandes emoções e no qual as duas torcidas esperavam muitos gols.
O jogo de ida, no Allianz Parque, foi mais equilibrado que o de volta.
O Corinthians entrou em campo com um time bem forte – Kemelli; Katiuscia, Giovanna Campiolo, Erika, Yasmim; Ingryd, Gabi Zanotti e Gabi Portilho; Tamires (©), Victoria Albuquerque e Adriana. O Palmeiras também não ficou para trás e trouxe a campo: Jully; Bruna Calderan, Agustina (©), Thais, Katrine; Camilinha, Julia Bianchi, Duda Santos; Ary Borges, Carol Baiana e Chú.
No primeiro tempo, as corinthianas tentaram furar a boa defesa das palestrinas de todas as maneiras. No minuto 26, o Corinthians conseguiu uma boa jogada pela esquerda com Tamires, que cruzou para o cabeceio de Gabi Portilho. A goleira alviverde fez boa defesa, mas no rebote, Adriana marcou para as visitantes. Contudo, o gol foi anulado pelo VAR por impedimento. Em alguns momentos, o Palmeiras conseguia atacar, enquanto o time treinado por Arthur Elias atacava em outros. Mas o empate não saiu do placar e os primeiros 45 minutos terminaram em 0x0.
No segundo tempo, ambas as equipes seguiram buscando o gol para tentar construir uma vantagem para o jogo de volta, mas a partida seguiu o mesmo esquema da primeira etapa: alguns ataques do Corinthians e outros do Palmeiras. Substituição vem, substituição vai… e a bola parada resolve. Numa cobrança de falta próxima ao círculo do meio-campo, Vic Albuquerque levantou na área para Gabi Portilho dar apenas um toque sutil por cima da goleira Jully e colocar o Timão na frente. A equipe alviverde até tentou reagir, mas não conseguiu. Resultado: 0x1 para o Corinthians, na casa do Palmeiras.
As corinthianas construíram uma vantagem mínima para o jogo de volta, mas nada estava decidido. A decisão ocorreu no dia 26 de setembro, no mesmo horário.
Vale a pena lembrar o fato de que a partida teve transmissão em TV aberta e também em TV fechada. A Band transmitiu alguns jogos do Brasileirão Feminino e também transmitiu não só o jogo de ida da final, como também o jogo de volta. Na ida, por exemplo, o Derby Paulista deu 4,1 pontos de audiência, a maior audiência da emissora no ano na faixa horária das 21 horas. Foi uma audiência próxima dos níveis do SBT e que tirou até um pouco de público da Record no dia. O SporTV também transmitiu a partida. Isso prova que a modalidade está crescendo cada vez mais e, assim, mais pessoas podem acompanhar os jogos, transmitidos também na televisão aberta.
Inclusive, devido ao recorde de audiência no jogo de ida, o jogo de volta, que estava marcado para o horário das 20 horas, acabou sofrendo uma mudança e foi remarcado para às 21 horas do mesmo dia.
É o futebol feminino ganhando a devida visibilidade!
A partida de volta
Antes da partida de volta, o Corinthians anunciou seu novo uniforme com uma belíssima foto de todos os jogadores que compõem os elencos feminino e masculino. Com isso, as jogadoras puderam estrear o lindo uniforme roxo, que foi feito em homenagem à porcentagem de mulheres (53%) que fazem parte da torcida corinthiana.
Mais um domingo, mais um jogo da final, mas, dessa vez, era o definitivo na Neo Química Arena. Quem ganhasse ficaria com o tão sonhado troféu de campeão do Brasileirão Feminino. O clima estava muito bom para o Timão – no dia anterior, sábado, o time masculino do Corinthians havia vencido o Palmeiras por 2×1 pelo campeonato brasileiro. Os jogadores do masculino até mandaram mensagens de incentivo para as jogadoras e acompanharam a partida de suas casas. O apoio da torcida também foi incondicional.
Do lado palmeirense, as palestrinas queriam provar que eram capazes de acabar com a hegemonia do Corinthians no futebol feminino brasileiro e conquistar seu primeiro título de Campeonato Brasileiro A1. Com o apoio da torcida através das redes sociais, as palestrinas chegaram motivadas para conseguir a virada e buscar esse torneio.
Embora o Corinthians tivesse vencido o primeiro confronto por 0x1, o técnico Arthur Elias não poupou esforços e mandou o mesmo time do jogo de ida a campo: Kemelli; Katiuscia, Giovanna Campiolo, Erika, Yasmim; Ingryd, Gabi Zanotti e Gabi Portilho; Tamires (©), Victoria Albuquerque e Adriana. Já o Palmeiras entrou com pequenas modificações: Jully; Bruna Calderan, Agustina (©), Thais, Tainara; Julia Bianchi, Katrine, Ary Borges; Camilinha, Carol Baiana e Maria Alves – Chú e Duda Santos perderam a vaga.
O jogo teve início e quem tomava mais atitude era o Palmeiras, que criou algumas boas oportunidades mas não conseguiu marcar – ou esbarrava na boa defesa do Corinthians ou parava nas mãos da goleira Kemelli. O Timão, por sua vez, também tentava atacar em contra-ataques. Em certo momento do início do primeiro tempo, a equipe alviverde acumulava 5 finalizações ao gol, enquanto o time alvinegro possuía apenas uma.
Porém, nem sempre o futebol é um esporte justo. O tempo foi passando e, com isso, o Corinthians foi crescendo no jogo. O Palmeiras ainda não havia conseguido marcar um gol para empatar a partida e todo mundo conhece o famoso ditado: quem não faz, leva. E foi exatamente isso que aconteceu. Aos 28 minutos do primeiro tempo, Adriana recebeu um belo lançamento do campo de defesa e escapou na velocidade. Ela foi para dentro da área, tirou a goleira e bateu cruzado. A zagueira do Palmeiras ainda tentou tirar, mas acabou completando para o fundo do gol: 1×0.
Com 2×0 no agregado, as palestrinas sabiam que teriam que se esforçar e atacar ainda mais para reverter esse resultado e, consequentemente, ao fazer isso, deixaram mais espaços atrás nas transições defensivas, facilitando a vida do Timão no ataque. Além disso, com o gol sofrido, a equipe alviverde pareceu ter perdido um pouco da concentração inicial, enquanto o time alvinegro seguia atacando, com vontade de ampliar ainda mais o placar. A falta de concentração somada ao baque do gol resultou numa falha da zagueira palmeirense – com 32 minutos, Yasmim pressionou alto no último terço do campo, roubou a bola e abriu para Adriana mandar um belo chute no ângulo, com requintes de crueldade, já que a bola bateu na trave antes de entrar.
O Corinthians ainda não estava satisfeito: tentava um terceiro gol a todo custo, enquanto as palmeirenses pareciam cada vez mais perdidas em campo. O terceiro gol corinthiano, aos 36 minutos, foi um GOLAÇO: Ingryd cruzou, Vic Albuquerque recebeu na área, dominou e virou de bicicleta para o fundo do gol. Em menos de 10 minutos, o Timão fez 3 gols e praticamente selou a vitória.
No segundo tempo, o ritmo caiu e o Palmeiras conseguiu igualar um pouco mais o jogo, tanto que até conseguiu fazer o famoso gol de honra – Camilinha recebeu, mandou de fora da área e estufou a rede para o Palmeiras.
Porém, no final do dia, quem ficou com o título foi o Corinthians, que se consagrou como o maior campeão do Brasileirão Feminino, totalizando três conquistas até aqui e provando ser o melhor time feminino brasileiro atualmente. Diretoria, comissão técnica e jogadoras estão de parabéns.
O jogo de volta conseguiu uma audiência histórica e ainda maior que a da partida de ida: perto do final dos primeiros 45 minutos, a audiência estava marcando 6 pontos de Ibope em São Paulo na Band, vencendo Silvio Santos no SBT e atrás apenas de Globo e Record.
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