A primeira semana da temporada regular da National Football League (NFL) teve de tudo: de lavadas a viradas a jogos acirradíssimos. Mas, o que aprendemos nessa primeira bateria de duelos? Veja alguns takes abaixo!
1. Os Seattle Seahawks são reais competidores ao Super Bowl

Com um jogo impecável do quarterback Russell Wilson, os Seahawks dominaram o Indianapolis Colts na casa do adversário. No primeiro jogo sob a tutela do novo coordenador ofensivo, Shane Waldron, o time mostrou um ataque balanceado e imprevisível. Tyler Lockett foi o principal coadjuvante do show, mas Wilson, o protagonista, distribuiu passes para outros seis recebedores – um número alto – e Chris Carson fez sua parte no jogo corrido com jogadas explosivas e sempre lutando por cada jarda conquistada. Quando o ataque foi parado, no terceiro quarto, a defesa mostrou ao que veio e impediu com que os Colts marcassem um ponto sequer. Com um time balanceado e completo, basta apenas ter consistência para figurar entre os principais favoritos ao título da temporada. O espaço amostral é evidentemente pequeno, mas o futuro é promissor.
2. Os Saints acharam seu quarterback

Mesmo com 10 desfalques, aposentadoria do maior jogador da história da franquia, uma realocação relâmpago para Dallas por causa do Furacão Ida e um jogo como mandante em Jacksonville, o New Orleans Saints simplesmente atropelou o Green Bay Packers. Apesar de Aaron Rodgers estar irreconhecível e que a suposta boa defesa de Green Bay tenha tido um dia para se esquecer, todos os méritos vão para o quarterback dos Saints: Jameis Winston. Após uma pré-temporada espetacular, Winston ganhou a vaga de titular da equipe e – já diria Everaldo Marques – chegou dando uma voadora no lustre, passando para 5 (!) touchdowns e tomando decisões inteligentes, sem colocar a bola em risco. Winston dá ao ataque dos Saints uma dimensão que eles não tinham há muito tempo: o passe em profundidade. Isso, combinado com a habilidade do running back Alvin Kamara – um dos melhores jogadores de sua posição em toda a NFL – gera um plano ofensivo dinâmico e imprevisível com um enorme potencial de big plays (jogadas com ganhos maiores de 25 jardas). Sim, foi apenas um jogo, mas Jameis Winston e os Saints venceram e convenceram.
3. Os Cardinals são um dos times mais completos da NFL

Pode-se dizer que o Arizona Cardinals teve o melhor jogador ofensivo e o melhor jogador defensivo da semana. No ataque, Kyler Murray fez o que quis com a defesa do Tennessee Titans, passando para 289 jardas e totalizando 5 touchdowns (quatro passados e um corrido). Já na defesa, o edge rusher Chandler Jones teve uma das performances defensivas mais dominantes dos últimos tempos, acumulando cinco sacks e dois fumbles forçados. De resto, os Cardinals têm – estrelado por DeAndre Hopkins – um dos melhores corpos de recebedores da NFL, bons running backs, uma linha ofensiva sólida e uma defesa assustadoramente boa em todos os níveis. Espere outras performances dominantes de Arizona ao longo da temporada e não se surpreenda se Kyler Murray levar o prêmio de MVP da temporada para casa.
4. A escolha de Urban Meyer como técnico já parece ter sido uma decisão questionável

Contratado para liderar a equipe do Jacksonville Jaguars nessa offseason, Urban Meyer vem fazendo um trabalho preocupante até aqui. Com muito dinheiro para gastar, mais de uma escolha na primeira rodada do Draft deste ano e o melhor prospecto da história em suas mãos, o ex-técnico da universidade de Ohio State vem fazendo quase tudo errado até agora. Mesmo antes da derrota acachapante para o Houston Texans, suposto pior time da liga, o estilo de Meyer já vinha sendo questionado pela diretoria dos Jaguars. Descontrolado emocionalmente, controlador e mau-perdedor, surtos de raiva – os famosos chiliques – vem sendo cena tão frequente nos bastidores que o técnico foi descrito por uma fonte interna como “desequilibrado”; a maneira que ele se dirige aos jogadores e aos membros menos experientes da comissão é vista como “bizarra”. Já em campo, apesar de muito experiente, Meyer pareceu não saber o que estava fazendo. O time pareceu estar completamente despreparado e confuso, o que levou a faltas que poderiam ser facilmente evitáveis e erros preocupantes. A mesma fonte interna declarou a Jason LaCanfora, repórter da ESPN americana, que basicamente todos os integrantes da organização do Jacksonville Jaguars – de seguranças a jogadores a diretores – estão questionando a capacidade de Urban Meyer de liderar a equipe. É impossível dizer como a situação se desenvolverá, mas chances são que o desfecho não será bonito.
5. A NFC Oeste é, incontestavelmente, a divisão mais forte da NFL

Arizona Cardinals, Los Angeles Rams, San Francisco 49ers e Seattle Seahawks todos venceram seus primeiros jogos, fazendo da NFC Oeste a única das oito divisões da NFL cujos 4 times têm 100% de aproveitamento. Não satisfeitos em vencer, os quatro dominaram seus adversários de maneira categórica. Não é loucura dizer que todos integram o top 10 de elencos mais completos da NFL: têm ótimas comissões técnicas e, com exceção dos 49ers, possuem um quarterback de elite – mas não se engane, o time de San Francisco é tão competitivo quanto os outros. Existe um mundo onde os quatro times da NFC Oeste se classificam para os playoffs: seria a primeira vez na história que todos os times de uma mesma divisão se qualificariam numa mesma temporada. Ainda assim, não se surpreenda se isso acontecer – é difícil mas não impossível.
TAKES RELÂMPAGO
- Pittsburgh Steelers e Buffalo Bills têm suas linhas ofensivas como maiores fraquezas de seus respectivos elencos. Isso não é bom;
- Dak Prescott (Dallas Cowboys) é um quarterback de elite e seu time será competitivo ao longo de toda a temporada;
- Tom Brady segue sendo o maior adversário do tempo. Os Buccaneers têm tudo para serem bicampeões do Super Bowl;
- Justin Herbert, Joe Burrow e Jalen Hurts são o futuro de suas respectivas franquias e nenhum jogo estará “perdido antes de começar” enquanto eles estiverem em campo;
- O time dos Packers como um todo teve um dia para esquecer, mas isso não é motivo de pânico (a não ser que o cenário se repita).