Brasil estreia o Skate Park nas Olimpíadas com prata para Pedro Barros, duas finalistas brasileiras no feminino e três no masculino.
O Park foi a segunda modalidade disputada no Skate dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2021. No campeonato feminino, teve final com duas atletas brasileiras e, no masculino, o trio de skatistas que representou o Brasil na disputa entrou no Top 8! Pedro Barros foi a estrela, conquistando a terceira medalha de prata do Brasil no Skate Olímpico.
Depois do sucesso do Brasil no Street, com medalhas de prata para Kelvin Hoefler e Rayssa Leal, o Skate Park estreou em Olimpíadas, tendo sua etapa de classificação e a decisão dos primeiros pódios femininos e masculinos da história da modalidade.
A modalidade Park é disputada no chamado “bowl”, a famosa piscina do Skate. Com curvas complexas e alguns obstáculos típicos do street – como muretas e corrimãos -, o Park conta com muitas manobras no ar e exige bastante originalidade.
Foto: Reprodução @California Skateparks
Critérios de avaliação do Skate Park
No caso do Park, os juízes avaliam os atletas pelas curvas em velocidade, alturas alcançadas, variedades de manobras e, sobretudo, originalidade e precisão nas manobras no ar – as quais têm seu grau de dificuldade analisado pelo agarramento ou não do deck do skate, a postura do atleta ao agarrar e qual mão é usada para fazê-lo.
Girar o deck no ar, variações de equilíbrio, grinds e deslizamentos nas bordas da rampa e nos corrimãos e muretas também podem aumentar os pontos do skatista no quesito dificuldade e originalidade.
As classificatórias contam com três voltas. São três tentativas de fazer o maior número de pontos, havendo a seleção da maior delas para ser contabilizada. As oito melhores vão à final.
O Top 8, então, segue a mesma organização das classificatórias, sendo a melhor nota aquela que pode levar o atleta ao ouro olímpico.
Skate Park feminino
O Skate Park feminino teve sua fase de classificação no dia 3 de agosto e sua final na madrugada do dia 4, pelo horário de Brasília. A competição contou com vinte skatistas mulheres que também foram Top 20 no ranking mundial. Dentre elas, as três brasileiras Dora Varella, Isadora Rodrigues Pacheco e Yndiara Asp.
Brasil nas classificatórias
A primeira brasileira a participar da disputa foi Dora Varella, na primeira bateria. Sua primeira volta foi boa, mas ela acabou caindo na última manobra e recebeu 31.53 pontos. A segunda tentativa contou com manobras bem técnicas e precisas, rendendo-lhe 41.59, sua nota mais alta e que a classificou para a final. Na terceira volta, Dora começou bem, mas acabou caindo e não a concluiu. Sua terceira pontuação foi 13.86.
Foto: Twitter/Time Brasil
Yndiara Asp competiu na terceira bateria e ousou na primeira volta, abusando da criatividade para executar ótimas manobras. Ela foi muito bem e conquistou sua maior nota, 43.23, que a levou à final. Nas demais voltas ela errou e não conseguiu completar suas tentativas, recebendo 6.64 no Run 2 e 21.84 no Run 3.
A última skatista brasileira da competição foi Isadora Pacheco, que participou da quarta e última bateria. Com apenas 16 anos, ela é a segunda atleta do Skate mais jovem destes Jogos Olímpicos – atrás apenas de Rayssa Leal.
Em sua primeira volta, Pacheco aproveitou bem o espaço do “bowl” e executou boas manobras, totalizando 36.71 pontos. No Run 2, ela errou no início e não completou a tentativa. Ela tinha apenas uma chance de fazer mais de 41.59 e pegar o oitavo lugar de Dora Varella.
Apesar de ter ousado e mandado bem, ela recebeu 37.08 no Run 3, sua maior nota. Não foi o suficiente para chegar ao Top 8 e ela ficou no décimo lugar das classificatórias.
Final e pódio
A final foi disputada pelas oito melhores skatistas das classificatórias. Foram elas:
1° Misugu Okamoto – Japão
2° Sky Brown – Grã-Bretanha
3° Kokona Hiraki – Japão
4° Sakura Yosozumi – Japão
5° Bryce Wettstein – Estados Unidos
6° Poppy Starr Olsen – Austrália
7° Yndiara Asp – Brasil
8° Dora Varella – Brasil
A final do Skate Park feminino foi extremamente disputada. As meninas fizeram excelentes manobras e ousaram muito, abusando da originalidade. A qualidade foi tamanha que as três primeiras colocadas receberam notas superiores a 55!
Teve dobradinha japonesa no pódio com direito a notas em torno de 60! O primeiro lugar ficou para Sakura Yosozumi, que totalizou incríveis 60.09 e a prata foi para Kokona Hiraki, com 59.04.
Por pouco, não subiram aos degraus da glória três japonesas, mas, no final, Misugu Okamoto acabou caindo e não alcançou a britânica Sky Brown, que levou o bronze com 56.47.
Mais uma vez, as três medalhistas foram extremamente jovens: Yosozumi com 19 anos, Hiraki com 12 (a atleta mais jovem a receber medalha em Tóquio) e Brown, 13.
A final das brasileiras
A final do Skate Park Feminino contou com duas brasileiras! Infelizmente, elas se mantiveram na lanterna do Top 8, apenas invertendo as posições das classificatórias. Dora Varella, que estava em oitavo, foi para sétimo e Yndiara Asp, a sétima colocada nas preliminares, ficou em oitavo.
Mesmo sem subir ao pódio, o Brasil foi muito bem representado na primeira competição de Skate Park da história dos Jogos Olímpicos. As meninas fizeram excelentes manobras e ousaram muito, abusando da originalidade.
Ambas tiveram sua melhor nota na primeira volta, Dora totalizando 40.42 e Yndiara somando 37.34. Nas demais, Yndiara errou e não conseguiu completar nenhuma das outras duas tentativas.
Já Dora foi bem. Apesar de ter errado no Run 2, ela arrasou no Run 3, inclusive tentando executar sua marca registrada – o heelflip -, mas acabou caindo na manobra e recebeu 38.54, não melhorando sua nota final.
Foto: Julio Detefon/CBSk
As três brasileiras que disputaram o Park em Tóquio são jovens e já brilham em competições mundiais. Logo, Paris 2024 promete para o skate feminino brasileiro. Fiquemos de olho nesse novo esporte que já é orgulho nacional! E dedos cruzados para nossas meninas!
Skate Park masculino
As classificatórias do Skate Park masculino foram disputadas no dia 4 de agosto e a final na madrugada do dia 5, pelo fuso brasileiro. Vinte atletas de diversas nacionalidades classificaram-se para as Olimpíadas de Tóquio 2021 conforme ficaram entre os 20 melhores do mundo no ranking mundial. Dentre eles, os brasileiros Luiz Francisco, Pedro Barros e Pedro Quintas.
Brasil nas classificatórias
Na segunda bateria, Pedro Quintas foi o primeiro brasileiro a participar da competição. Sua primeira volta foi excelente, com manobras muito técnicas e explosivas, mas um pequeno desequilíbrio no final o fez perder velocidade e, assim, ele não completou a tentativa. Apesar disso, sua nota foi boa: 59.55.
Na segunda volta, Quintas caiu logo na primeira manobra e recebeu apenas 6.47. A terceira foi brilhante! Com manobras bastante técnicas e precisas. Podendo ser facilmente considerada uma das melhores voltas da competição, essa foi a computada, com seus 79.02 pontos o colocando em terceiro lugar no classificatório.
Luiz Francisco foi o segundo brasileiro na disputa e participou da terceira bateria. Já de primeira, ele contabilizou incríveis 81.50, costurando todo o “bowl” com manobras precisas e exalando confiança.
No entanto, ele não se contentou com o segundo lugar e buscou a liderança! Luizinho apostou em manobras variadas e aproveitou o espaço para computar 84.31 pontos, chegando à primeira posição para não sair mais! Sua terceira tentativa foi ruim, com queda, recebendo 12.74, mas isso não importou, ele já estava garantido no Top 8!
Para fechar o bem sucedido trio brasileiro, Pedro Barros já começou com 73 pontos, executando suas famosas manobras altas e difíceis. Mantendo a potência e o talento na segunda volta, ele fez sua maior nota: 77.14, a qual o classificou para a final como o quarto melhor. A terceira tentativa começou boa, mas ele acabou caindo e não pôde melhorar sua já excelente nota.
Para orgulho de toda a nação, eram três brasileiros na classificatória e os três ficaram no Top 8! Eles arrasaram nas manobras e mereceram muito seus lugares na final!
Final e pódio
A final foi disputada pelos oito melhores skatistas das classificatórias. Foram eles:
1° Luiz Francisco – Brasil
2° Kieran Woolley – Austrália
3° Pedro Quintas – Brasil
4° Pedro Barros – Brasil
5° Keegan Palmer – Austrália
6° Steven Piniero – Porto Rico
7° Vincent Matheron – França
8° Cory Juneau – Estados Unidos
O Skate Park masculino era uma das apostas do Portal Quentaro para ouro brasileiro, com Pedro Barros. Infelizmente, o ouro não foi nosso, mas ganhamos a prata! O pódio final contou com o australiano Keegan Palmer com o ouro, nosso brasileiro Pedro Barros com a prata e o bronze para Cory Juneau, dos Estados Unidos.
A final foi eletrizante, com notas muito altas e um verdadeiro show de manobras. Os atletas abusaram da velocidade e de grandes alturas para executar manobras técnicas e difíceis, além de variarem bastante com muita originalidade.
A competição já começou com uma das notas mais altas, incríveis 94.04 de Keegan Palmer. Com essa pontuação, ele já estava praticamente garantido para subir ao degrau mais alto do pódio, mas não se satisfez e foi em busca de aumentar.
Na segunda volta, ele foi muito bem e alcançou 82.04. Já garantido, ele arriscou no Run 3 e pontuou 95.83 para não deixar dúvidas de que o ouro foi muito mais do que merecido!
Após classificatórias medianas, nas quais ele se garantiu no oitavo lugar com muito esforço, Cory Juneau honrou sua posição de vice-campeão mundial e conquistou a medalha de bronze com 84.13 pontos.
A final dos brasileiros
O Brasil brilhou no Park masculino, com direito a trio brasileiro na final! Pedro Barros, Luiz “Luizinho” Francisco e Pedro Quintas representaram o Brasil no Top 8!
Foto: Julio Detefon/CBSk
O primeiro a competir foi Pedro Barros, que estreou na final brasileira com muito talento e qualidade! Ele fez incríveis 86.14 e se colocou em segundo lugar na disputa, para não mais sair! Na segunda, ele inovou ao usar a área externa do “bowl” e executou ótimas manobras, mas acabou caindo perto do final de seu tempo e recebeu 73.50. Já a terceira começou bem, mas o skate escapou e Barros não a completou e recebeu 22.99 pontos, mas isso não foi um problema, pois a prata já era dele!
Depois de ótimas voltas nas classificatórias, Pedro Quintas errou bastante na final. Na Run 1, ele errou bem no início e somou apenas 4.35. A segunda volta foi melhor, mas ele acabou caindo e contabilizou 35.54. Sua terceira tentativa foi a melhor, com 38.47 pontos computados após mais uma queda. Ele finalizou a disputa em oitavo lugar.
Luiz Francisco brilhou nas finais e um pódio com dobradinha brasileira era uma realidade bem possível. No entanto, o nível dos skatistas estava muito elevado e mesmo seus 83.14 pontos da última volta não foram suficientes para colocá-lo no pódio.
Logo na primeira tentativa, ele garantiu 80.24, com uma volta perfeita e limpa. Na segunda, Luizinho esbanjou confiança e apostou em manobras altas e variadas, mas caiu na última e contabilizou 80.62. Sua terceira volta foi perfeita, computando 83.14. Por apenas um ponto, ele não ganhou o bronze de Cory Juneau. Luiz terminou em quarto lugar.
O skate brasileiro estreou com muitas vitórias e glórias para o Brasil, entrando para a história do esporte e dos Jogos Olímpicos! Ele se despede das Olimpíadas de Tóquio com grandes promessas e expectativas para Paris 2024, eu sei que eu estou animada desde já para descobrir o que o futuro do Skate Olímpico reserva para nós!
E você? Conta aí nos comentários o que achou da estreia do skate nas Olimpíadas e o que espera para Paris 2024!
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