prata-da-casa (adj.): esportista da categoria principal que foi formado nas divisões de base de um clube ou organização esportiva.
Há 13 anos e 203 dias, nascia Jhulia Rayssa Mendes Leal – a medalhista olímpica mais nova da história do Brasil. Quando tinha 6 anos de idade, ganhou um skate de um amigo de seu pai e começou a andar pelas ruas de Imperatriz-MA, sua cidade natal. Aos 7, trajada com uma fantasia de fada, executou um heelflip frente a uma câmera amadora. O momento foi registrado e a vida de Rayssa nunca mais seria a mesma. O vídeo foi postado por Tony Hawk – skatista decacampeão dos X-Games – em seu Twitter e viralizou: “a fairytale heelflip”, ou, um heelflip de conto de fadas, disse Hawk, sobre a difícil manobra executada pela menina. Fadinha foi posta no mapa.
Seis anos, dois mundiais e uma ascensão meteórica depois, Fadinha encontra Tony Hawk em plena Tóquio e o cumprimenta com um característico sotaque nordestino e uma boa dose de intimidade: “Tonyzinho! Hey, hi!” – Rayssa estava nas Olimpíadas representando seu país na modalidade de Skate Street Feminino. Com 14.64 pontos e uma performance sensacional, Fadinha ganhou a medalha de prata, mas o gosto era de ouro.
Com um sorriso no rosto em cada segundo que passou na Vila Olímpica, Rayssa mostrou que fadas existem fora da Terra do Nunca e uniu o Brasil como há tempos não se via: as redes sociais, em uníssono, por ela torciam – do dia para a noite, a maranhense fez história e virou um ídolo nacional, não só por causa de sua performance, mas também porque Fadinha é o Brasil.
Rayssa Leal é a personificação do jeitinho brasileiro: tem a simpatia, tem a expansividade, tem a alegria contagiante e tem o principal: a ginga. Enquanto suas oponentes se concentravam antes da prova, Fadinha descontraía; dançava ao som do momento. Chama todo mundo de “tio” e trata a todos como se fossem seus amigos (e são). Marcante, até outros competidores torciam por ela. Quando venceu, viu o mundo lhe parabenizar: de Tatá Werneck a Pelé ao Twitter oficial das Olimpíadas, todos a aplaudiam de pé. Como um verdadeiro ídolo, Fadinha virou inspiração. No alto de seus treze anos de idade, desencadeou uma corrente de postagens de crianças e bebês em cima de skates: o futuro é brilhante.
Como não vivemos na Terra do Nunca, Rayssa crescerá – e, se tudo der certo, participará de pelo menos mais quatro Olimpíadas – mas essa medalha é histórica; inesquecível. O mundo sempre lembrará da personagem principal dos Jogos Olímpicos de Tóquio – tal como Sininho encanta a todos com seu pozinho mágico, Fadinha o fez com seu jeitinho único e muito brasileiro. A prata da casa levou a prata para casa. Voa, Fadinha!

Parabéns fadinha que o futuro te traga muitas outras vitórias seja muito feliz o Brasil te agradece .
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