Jogadoras do Barcelona Feminino foram campeãs da Copa da Rainha e levaram os três títulos mais importantes da temporada.
A equipe feminina do FC Barcelona venceu, no domingo (30), a equipe do Levante UD e consagrou-se campeã da Copa da Rainha.
Com o título conquistado em cima do Levante, o Barcelona chegou a 38 vitórias em 42 jogos na temporada e conquistou algo que é muito valorizado no futebol europeu: a tríplice coroa, mais conhecida como triplete, que alcança-se quando uma equipe ganha três troféus em uma única temporada. Existem dois tipos de triplete: o tripleto continental e o triplete doméstico. O triplete continental envolve vencer a competição da liga nacional, a principal competição da copa nacional e o troféu continental principal. Já o triplete doméstico envolve vencer três competições nacionais – normalmente o título da liga, a competição da copa primária e uma competição secundária.
A equipe feminina do Barcelona conquistou o triplete continental, vencendo assim a Liga Iberdrola (Primeira Divisão Espanhola Feminina), a UEFA Women’s Champions League (Liga dos Campeões de Futebol Feminino da UEFA) e a Copa de la Reina (Copa da Rainha).
Quer saber um pouco mais do elenco e sobre cada uma dessas conquistas? Vem comigo!
O elenco
O Barcelona possui um elenco muito qualificado. Além de contar com jogadoras mais experientes, como a francesa Kheira Hamraoui (meio-campista) e a espanhola Jenni Hermoso (atacante), o time conta também com jogadoras mais novas, como a atacante promessa Bruna Vilamala, de apenas 18 anos, e a meio-campista que conquistou o torcedor culé com suas excelentes partidas, Aitana Bonmatí, de 23 anos. Por ser um elenco recheado de jogadoras com qualidade, a equipe não possui um 11 inicial totalmente definitivo, com o técnico Lluís Cortés sempre variando as escalações.
No entanto, algumas jogadoras estão quase sempre no plantel titular. É o caso de jogadoras como Sandra Panõs, titular indiscutível para defender o gol catalão e as zagueiras Andrea Pereira e Mapi León, que trazem uma segurança enorme para a zaga culé. O trio de meio-campo é quase sempre o mesmo, com pequenas variações quando ocorrem lesões: Alexia Putellas, Aitana Bonmatí e Patri Guijarro. No ataque, contam esporadicamente com a holandesa Lieke Martens pela esquerda, Jenni Hermoso como central e, na direita, Caroline Graham Hansen.
Além disso, jogadoras como Asisat Oshoala, Vicky Losada, Kheira Hamraoui e Mariona Caldentey estão sempre ali, entrando ao decorrer dos jogos e fortalecendo ainda mais a equipe.
A Liga Iberdrola
A liga nacional ainda não teve seu fim, porém o Barcelona Femení se consagrou campeão desta com antecedência. Sem dificuldades ao longo da competição, a equipe deu verdadeiras aulas em campo e, embora tenha um elenco superior ao do restante dos times, impor-se do jeito que as culés se impuseram não acontece todos os dias. O técnico Lluís Cortés também possuiu um papel enorme nessa conquista, sempre sabendo extrair o melhor de suas jogadoras.
Na jornada 29, o time catalão fez sua lição de casa, venceu o Granadilla Tenerife por 1×0 e esperou por um tropeço do Levante, time que vinha em 2º lugar. O tropeço aconteceu e o time valenciano empatou em 1×1 com o Espanyol, dando assim, matematicamente, o título ao FC Barcelona. No entanto, as jogadoras receberam o troféu apenas na rodada seguinte, que na verdade era a 28ª rodada, um jogo atrasado.
Neste momento, a equipe culé segue imparável com impressionantes 142 gols e 84 pontos em 29 jogos – sim, elas venceram quase todos os jogos, perdendo pontos apenas contra a equipe do Atlético de Madrid. O que mais me encanta sobre elas é que o time não demonstra sinais de cansaço, muito pelo contrário: segue vencendo todos os jogos e, muitas vezes, com goleadas.
É importante que o time não perca esta fome para que as meninas sigam trabalhando duro e continuem dando o melhor de si em campo.
A UEFA Women’s Champions League
A Champions League. A maior competição de clubes da Europa é sempre um grande atrativo para as equipes que participam do torneio. A Champions feminina é um pouco diferente da masculina, pois não possui fase de grupos. Ela possui duas fases eliminatórias, seguindo diretamente para a etapa de 1/16 avos de final, que conta com 32 times. A partir daí, as equipes se enfrentam e quem perder é eliminado.
O Lyon, com 7 títulos, é o maior campeão da Liga dos Campeões de Futebol Feminino da UEFA e era o grande favorito a levantar esta taça pela oitava vez. Porém, o time acabou tendo uma eliminação precoce na fase de quartas de final para o seu rival francês, o Paris Saint-Germain (PSG). Vale lembrar também que o Barcelona havia chegado na final em 2019, porém sofreu uma dura derrota para o mesmo Lyon, perdendo de 4×1. Com a eliminação do favorito, o caminho ficou aberto para que a competição tivesse um campeão diferente nessa temporada.
A trajetória do Barcelona, na teoria, parecia complicada. O PSV, no 1/16 avos de final, prometia dar trabalho, mas o time culé passou de fase facilmente, com uma vitória de 8×2 no placar agregado. Nas oitavas, um time mais tranquilo: pegaram o Fortuna Hjørring e ganharam por 4×0 na ida e 0x5 na volta. As quartas de finais chegaram e, com elas, chegou também um adversário difícil: o Manchester City. A única derrota das culés na competição veio no jogo de volta, em que perderam por 2×1. Mesmo assim, conseguiram uma vitória por 4×2 no agregado e foram para a semifinal com muita esperança, porque, afinal de contas, o maior campeão havia sido eliminado.
O PSG chegava com muita moral por ter eliminado o Lyon, mas o Barcelona também veio muito forte. Num primeiro jogo sofrido, a equipe culé conseguiu um empate em 1×1 com a equipe francesa e, no jogo de volta, conseguiu uma vitória dramática de 2×1, fechando o placar agregado em 3×2 e conquistando uma vaga na grande final. A final, contra o Chelsea, prometia ser o jogo mais complicado por conta dos altos níveis de pressão. Entretanto, abrindo o placar logo nos primeiros minutos, o Barcelona controlou o jogo e goleou as adversárias: placar final de 4×0 e título inédito para as catalãs. Que trajetória!
Por último, mas não menos importante: A Copa de la Reina
A Copa da Rainha é uma das competições mais tradicionais da Espanha e o Barcelona é o maior campeão, chegando ao seu 8º título na tarde do domingo (30/05). Com jogos únicos e eliminatórios, a equipe de Lluís Cortés trouxe mais uma alegria para o torcedor culé ao vencer o torneio.
Assim como na Liga dos Campeões de Futebol Feminino da UEFA, o Barcelona Femení teve um caminho razoavelmente complicado, com adversárias que poderiam dificultar o jogo caso as jogadoras não entrassem focadas. Nas quartas de final, a equipe catalã enfrentou o Sevilla Feminino e saiu atrás no placar, assustando o torcedor. No entanto, o time conseguiu se reorganizar e virar o jogo, que terminou com um placar de 4×1. As semifinais trouxeram um adversário conhecido: o Madrid CFF, time em processo de construção que sempre dá trabalho. Mesmo assim, as culés conseguiram se impor e fizeram um jogo relativamente tranquilo, vencendo por 4×0.
Na grande final, as catalãs enfrentaram o Levante UD. O Barcelona chegou a abrir 3×0 no primeiro tempo e parecia que seria mais um jogo sereno. No segundo tempo, entretanto, o time de Valencia voltou mais ligado e diminuiu o placar, chegando a fazer 3×2. Mas na Copa da Rainha, não poderia faltar a rainha do Barcelona: Alexia Putellas fez o 4×2 e selou a vitória para o clube catalão. Placar final de 4×2: Patri Guijarro, Marta Torrejon e Alexia Putellas (2x) marcaram para o Barcelona, enquanto Alba Redondo e Estefania Banini diminuíram para a equipe valenciana.
Vencendo as três competições nesta temporada, o Barcelona se tornou o primeiro clube de futebol a conquistar uma tríplice coroa na modalidade masculina e feminina, um grande feito para um grande clube!
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